A Rede Nacional de Test Beds, enquanto polos de inovação e transição digital, surgem no contexto empresarial português, através do Sistema de Incentivos Empresas 4.0 e afirmam-se enquanto projetos disruptivos e inovadores.
Com o apoio direto de 150 milhões de euros, e no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), as Test Beds prometem uma operacionalização colaborativa entre grandes players da economia nacional, que operam e coordenam estes projetos, e PME e startups, que procuram validar os seus projetos-piloto.
Desta forma, a Rede Nacional de Test Beds conta, atualmente, com 30 consórcios de inovação, devidamente estruturados e organizados, que atuam transversalmente na economia portuguesa, atendendo as áreas temáticas da mobilidade, saúde, sustentabilidade, têxtil, etc.
Especialmente focada no desenvolvimento tecnológico de soluções disruptivas, bem como na promoção da transição digital da indústria, as Test Beds comprometem-se a acelerar a produtização, a industrialização e a comercialização dos produtos e serviços pilotos desenvolvidos por estas PME e startups portuguesas, através da prestação de um conjunto de serviços que permite validar, num ambiente real de mercado, seja ele físico ou digital/virtual, estas soluções.
Desta forma, estas empresa podem testar, experimentar e validar os seus produtos e serviços pilotos, simulando as suas soluções em ambiente controlado, mas em condições reais de mercado, confirmando o valor da sua solução junto de grandes empresas do setor, ultrapassando o apelidado “vale da morte” que, muitas vezes, impossibilita um conjunto de PME e startups a afirmarem-se e a vingarem no mundo empresarial e no tecido empresarial português, atendendo um mercado competitivo e disruptivo.
Porém, a Test Bed vai para além do teste e validação do produto e serviço piloto, um vez que também tem como grande objetivo o apoio ao respetivo desenvolvimento e incremento tecnológico da solução, atendendo a escala Technology Readiness Level (TRL), que acompanha o desenvolvimento da solução durante toda a integração no projeto.
Desta forma, pretende-se que os serviços de testagem e validação das Test Beds possam aportar valor acrescentado a estas soluções, promovendo a transformação técnica das mesmas. Paralelamente, o projeto também pretende aumentar o know-how das equipas de Recursos Humanos que constituem estas PME e startups, através da experiência em ambiente real, partilha de sinergias entre as equipas técnicas do Consórcio e as equipas técnicas das PME, bem como através da atribuição de casos de estudo concretos a cada uma das soluções a integrar as Test Beds.
Assim sendo, é possível identificar um vasto conjunto de benefícios para as empresas aderentes. Por um lado, ao integrar estes projetos financiados, as PME e startups poderão testar e validar as suas soluções a um custo mais baixo aquele que é praticado, atualmente, no mercado, ou o mesmo testar os seus produtos a um custo zero, sem a necessidade de investimentos avultados em equipamentos e infraestruturas, e junto de grandes empresas do setor, com experiência comprovada nas áreas temáticas em questão.
Desta forma, verificamos uma sinergia entre ambos os intervenientes, uma vez que através desta testagem e validação de produtos próprios, as PME e startups contribuem, paralelamente, para o desenvolvimento tecnológico e digital para a indústria à qual se propõem.
Adicionalmente, e no momento que estas soluções estiverem presentes no mercado, estas poderão ser comercializadas com um nível de confiança superior relativamente a outras soluções iguais, mas que não foram validadas neste contexto inovador e disruptivo.
Desta forma, apesar das Test Beds não garantirem um compromisso comercial futuro, estas abrem porta à possibilidade de se iniciarem relações com grandes empresas que, tipicamente, trabalham com um clube de fornecedores exclusivo e restrito. Adicionalmente, estas PME e startups, também acabam por integrar uma vasta rede nacional de Test Beds que opera em múltiplos setores da economia portuguesa, concedendo a oportunidade de networking com outros players relevantes do Ecossistema para as mesmas áreas temáticas, abrindo novas portas e concedendo novas oportunidades de crescimento.
Das 6 candidaturas submetidas para os projetos Test Beds pela FI Group Portugal, 6 foram aprovadas, revelando um papel crucial da empresa na execução destes projetos, através da prestação de um conjunto de serviços de aceleração, que são imprescindíveis para as PME e startups que queiram desenvolver a sua presença no tecido empresarial português.
Assim sendo, no âmbito das Test Beds, paralelamente àquilo que é o desenvolvimento tecnológico dos produtos e serviços pilotos, está previsto a prestação de um conjunto de serviços para a mentoria de aceleração do negócio, através de consultoria para a conceção de modelos de negócio, desenvolvimento de planos estratégicos de marketing e comercial, atração de outras formas de investimento, análise a outras possíveis fontes de financiamento, etc.
Concluímos então que, apesar de projetos embrionários em Portugal e com um longo caminho para percorrer, as Test Beds permitem que organizações que estejam numa fase de crescimento e à procura de desenvolver tecnologicamente as suas soluções estejam capacitadas, com as ferramentas adequadas, para se adaptarem e inovarem no mercado global, cada vez mais tecnológico, digital e competitivo.
Bruna Matias, Project Manager