As grandes tendências da Inteligência Artificial para 2024


No início do aparecimento da Inteligência Artificial (IA), apenas pessoas especializadas a dominavam. Porém, esta tecnologia chegou, rapidamente, ao setor empresarial e, hoje, a sua utilização é ensinada em várias áreas do conhecimento. Em pouco tempo tornou-se uma ferramenta para a melhoria e crescimento de muitos setores de atividade. É, agora, um dos motores de crescimento das economias.

Neste âmbito, a multinacional de tecnologia Stratesys definiu quais serão as principais abordagens de IA que vão dominar 2024. Destaca-se, por exemplo, a automatização melhorada e autónoma, a melhoria da interação homem-máquina e a necessidade de implementação da ética, através de regulamentação.

  • Automatização melhorada e autónoma: Prevê-se um crescimento significativo da automatização, permitindo que os sistemas executem tarefas complexas de forma independente, impulsionando a procura de IA explicável para garantir a transparência e facilitar a sua adoção em vários setores
  • IA generativa e multimodal: Esperam-se mais avanços na IA generativa, incluindo a capacidade de processar e compreender informações em várias modalidades (texto, imagens, som, vídeo), o que representa uma mudança no sentido de uma compreensão mais profunda
  • Melhoria da interação homem-máquina: A evolução da IA reforçará a interação homem-máquina, com sistemas capazes de dar respostas mais humanas e contextuais, com foco em modelos multimodais para uma compreensão mais completa
  • Conetividade avançada (5G e 6G): A conetividade avançada, como a 5G e a 6G, impulsionará a integração da IA na construção de uma sociedade hiperconetada, alinhando-se com a abordagem da Sociedade 5.0, para uma integração harmoniosa da tecnologia e da sociedade
  • Regulamentação e ética na IA: A regulamentação e a ética na IA serão questões centrais, com destaque para o estabelecimento de quadros regulamentares mais sólidos para abordar questões como a parcialidade, a transparência e a proteção da privacidade
  • Desafios em matéria de deepfakes e desinformação: Prevê-se um aumento da criação e difusão de deepfakes, o que exigirá uma maior vigilância contra a desinformação e a necessidade de legislação adequada para fazer face a estes desafios
  • Personalização amplificada: a personalização baseada na IA atingirá novos níveis, proporcionando experiências de utilizador mais sofisticadas e personalizadas em múltiplas plataformas digitais
  • Melhor educação e formação: Prevê-se uma maior incorporação da IA na educação e na formação, com tecnologias como o ChatGPT, a transformação dos métodos de ensino, incluindo experiências de aprendizagem mais interativas e personalizadas

De acordo com Franscisco Ruiz, partner da Stratesys e especialista em IA, “a Inteligência artificial vai tornar-se indispensável em todas as áreas da sociedade e, em particular, com impacto profundo em setores como a saúde, onde serão feitos investimentos para melhorar os diagnósticos e os tratamentos; a automação industrial, que assistirá a uma maior eficiência nos processos de fabrico e logística; o retalho, que viverá uma revolução na hiperpersonalização da experiência do cliente; e o setor financeiro, que já está a beneficiar de avanços significativos na gestão de riscos e na deteção de fraudes graças às mais recentes disrupções tecnológicas”.

“Em relação à evolução da ética na utilização da IA, é provável que a regulamentação em 2024 reflita um esforço global para harmonizar as políticas, com foco na segurança, na ética e no benefício social”, diz Eduardo Jiménez, Associate Director da Stratesys. “A cooperação e o consenso internacionais serão essenciais para desenvolver tecnologias de IA que sejam benéficas e acessíveis de forma equitativa, respeitando simultaneamente a privacidade e a integridade individual”, acrescenta.

Já Tiago Duarte, Partner da Stratesys, considera que “as empresas portuguesas têm demonstrado muito interesse no impacto que a IA generativa pode ter nas suas operações, e como devem implementar estratégias que garantam mais eficiência no dia a dia das suas equipas, sem comprometer a segurança dos seus dados, estando já muitas empresas a lançar os primeiros passos neste caminho”.

O também responsável pela multinacional em Portugal, remata que “a adoção de IA em vários processos, tanto de backoffice como produtivos, pode gerar vantagens competitivas que permitam ao nosso tecido empresarial ter outras ferramentas para trabalhar em mercados onde hoje têm dificuldade em diferenciar-se, e acrescentar velocidade ao crescimento que a economia portuguesa tem vindo a ter, tornando-nos mais produtivos e ágeis”.

A inevitável adesão à Inteligência Artificial nas empresas

Segundo Charlie Grosman, responsável pela direção científica da FI Group, a IA no mundo empresarial permite que os funcionários consigam “identificar mais rapidamente novas oportunidades”. Nas empresas de consultoria financeira, por exemplo, os colaboradores precisam de procurar variados dados no arquivo: “Temos muitos relatórios técnicos, com muitas palavras-chave, temos dados financeiros sobre clientes. A IA pode ajudar-nos a classificar de forma mais rápida e eficientemente, qual a melhor solução de financiamento para o cliente em concreto, com base nas informações anteriores”.

No entanto, o especialista reforça que, para que haja uma implementação eficaz de IA nas empresas, é também crucial apostar em especialistas na tecnologia em questão.

Devido ao facto de ser uma tecnologia recente no setor empresarial, muitas pessoas não estão acostumadas a trabalhar com o apoio da mesma, ficando alheias às variadas capacidades que ela [IA] detém. Por outro lado, quando os funcionários se apercebem do que a tecnologia pode fazer, “caem no erro e tendem a pensar que é mágica, como se realmente pudesse fazer qualquer coisa ou todo o trabalho das pessoas”.

Charlie Grosman alega, então, que um dos maiores desafios na implementação de IA nas empresas é combater a mentalidade das pessoas.

Para que haja uma cultura equilibrada na empresa, face ao uso da IA, é necessário explicar, no caso do processamento de texto, que a tecnologia, para funcionar corretamente, necessita de um grande volume de informação de qualidade para que possa construir e elaborar o que lhe é solicitado.

Por esse mesmo motivo, as pessoas devem ter em mente que a IA aprende somente com os dados que lhe são fornecidos. E, por isso, “apesar de gerar informações úteis e relevantes, num período curto de tempo, não é uma tecnologia em que os colaboradores devam confiar a nível exato”.


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